Uma homenagem ao papa Francisco - podcast episode cover

Uma homenagem ao papa Francisco

Apr 21, 202518 min
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Summary

Professor Pasquale presta homenagem ao Papa Francisco, discutindo a música 'Papa Francisco, Perdoa Tom Zé' de Tim Bernardes, que aborda a controvérsia envolvendo Tom Zé após narrar um comercial da Coca-Cola. Ele explora as críticas recebidas pelo artista e a mensagem da música em relação ao consumismo e à hipocrisia, além de responder a uma dúvida sobre a grafia correta da palavra 'Papa'.

Episode description

O professor Pasquale fala sobre as letras de músicas que têm o papa Francisco como protagonista. Os auxílios luxuosos são o comercial de 2014 da Coca-Cola e a música 'Papa Francisco, Perdoa Tom Zé', com Tim Bernardes e Tom Zé.

Transcript

Com o professor Pasquale. Professor Pasquale, que está com a gente hoje, assim como na sexta, não nos abandonou nesse feriadão, hoje mesmo num estúdio CBN especial. vai trazer para a gente hoje uma curiosidade ou uma canção que acredito que poucos conheçam, que tem o Papa Francisco como protagonista. É isso, professor? Boa tarde. Boa tarde, Gabriela. Boa tarde, Frederico. Boa tarde, ouvinte.

Eu tomei conhecimento da notícia durante a madrugada. Um querido amigo que mora em Portugal me mandou uma mensagem às 5h39, hora daqui. E você sabe que velhinho levanta de madrugada para fazer pipi, né? Então... Isso acontece comigo toda noite e eu vi a mensagem dele às seis e doze da manhã. E imediatamente entrei. nos sites e sobretudo no site do Correre della Sera, jornal italiano, e estava lá a notícia, e logo depois eles já diziam, cravavam que tinha sido um AVC.

que agora é a causa oficial, aliás, as causas, um AVC e um ataque cardíaco. E a notícia é chocante, porque vimos o Papa ontem... Fazendo alguma estrepolia, os médicos tinham proibido Francisco de fazer aquilo, mas ele quis fazer, de ir para a praça, de cumprimentar as pessoas e tal, certamente com alguma premonição. Eu acho que ele já imaginava que... Aquela seria a última Páscoa dele. Eu disse na sexta-feira...

Ah, sim, eu disse na sexta, você lembra, né, Gabriela, falamos sobre isso hoje por mensagens, Eu não sou católico, não tenho religião, não sou ateu, tenho todas as dúvidas do mundo sobre a existência de Deus, acredito e não acredito. Mas não sou seguidor de nenhuma religião, mas tenho um respeito profundo. por quem tem essa crença. E falamos das procissões da Sexta-feira Santa e tal.

E tenho pelo Papa Francisco uma admiração, um respeito, um afeto muito grande. Foi uma figura fundamental na história da igreja. um homem que pôs o dedo em um milhão de feridas. Ah, mas podia ter feito mais isso, mais aquilo, francamente, ninguém é perfeito. E o Papa, dentro da sua limitação humana, tocou, pôs o dedo em várias feridas. E aí hoje você me mandou uma mensagem me perguntando se eu não podia fazer alguma coisa, falar alguma coisa.

a respeito disso. Eu já tinha até preparado o boletim de hoje que seria sobre, hoje é dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, o assunto seria a relação entre a palavra inconfidência e a palavra conjuração. E aí você me pediu que trocasse, e eu pensei, eu disse a você, vou pensar. Aí me lembrei de uma música. que o Tom Zé canta, a música não é dele, a música é de Tim Bernardes. que está num disco do Tom Zé de 2013, e depois ele põe num disco de 2014 também, o Tribunal.

Tribunal do Facebook. E ele escreve Facebook do jeito que eu escrevo quando mando mensagens para os meus amigos. Eu não escrevo em inglês, eu aportugueso, ponho Facebook mesmo. F E I C I B U Q U I Facebook O Tom Zé, em 2014, narrou um comercial de um refrigerante, eu vou dizer o nome porque não há como fugir, da Coca-Cola. A Coca-Cola saudava a Copa do Mundo no Brasil. narrou esse comercial. E aí aconteceu o diabo, ele foi esculhambado pela direita, pela esquerda, pelo centro, por todo mundo.

que o acusou de vendido. Veja só. O Tom Jobim já tinha passado por isso antes, quando vendeu a música Águas de Março para a Coca-Cola, que fez uma publicidade. com aquela música e todo mundo também pôs o Tom Jobim na cruz e ele perguntou quem pagaria as contas dele, porque as pessoas acham que... Artista é tudo rico, né? Um artista como Tom Jobim, que no Brasil é um ilustre desconhecido e um desconhecido ilustre, O Tom Jobim fez por interesse mesmo, porque ele precisava do dinheiro.

e foi crucificado. Então a gente vai ouvir agora esse comercial narrado pelo Tom Zé, prestem atenção, e aí vai entrar uma canção. que é uma espécie de resposta, e aí que entra o Papa Francisco. Vamos lá, ouvir o comercial. Porque o Brasil é o pai de todo mundo. E a Coca-Cola é a bebida de todo mundo. Juntos vamos fazer a Copa do Mundo da FIFA ser a Copa de todos. Pois é, e aí tome porrada, né? O meu querido Tom Zé, meu vizinho, meu amigo Tom Zé, genial.

que a gente chama aqui de menino, nosso menino. Então o Zé que está indo a caminho dos 90. e levou porrada de todo lado. E aí o Tim Bernardes, que é da tropa do Tom Zé, escreveu uma canção genial chamada Papa Francisco, vírgula, perdoa Tom Zé. Cuidado porque... Sem a vírgula muda o sentido. Papa Francisco perdoa Tom Zé passa a ser uma afirmação. Papa Francisco, vírgula, perdoa Tom Zé. Papa Francisco vira vocativo e passa-se a pedir ao Papa Francisco que perdoe Tom Zé.

Estranhamente no site do Tom Zé está sem vírgula, mas no disco está com vírgula. E eu entendo que... que faz sentido colocar a vírgula aí pelo sentido que tem a letra, mas isso é outra conversa. Prestem atenção, na letra nós vamos tocar em dois pedaços.

E vejam que há aí, logo de cara na primeira parte, uma referência muito importante ao posicionamento de Francisco como Alguém que sempre se opôs ao consumismo desenfreado, ao lucro, à vida vazia, e ele não se cansou de fazer isso até o fim da vida. Vamos ouvir a primeira parte? Quem vai cantar é o Tim Bernardes e o próprio Tom Zé. Vamos lá. Vamos parar aqui, depois a gente pega a partir daí.

Vocês perceberam a letra? O tipo de pecado que acabaram de inventar. Papa Francisco vem perdoar o tipo de pecado que acabaram de inventar. Ele está sendo irônico, o autor da canção, o Tim Bernardes, quando ele fala das pedras na mão voltadas contra o imperialismo pagão. Porque se for imperialismo não pagão, imperialismo crente, credor, pode. E aí uma ironia quando ele fala, sou a garotinha estropicalista.

Vocês devem se lembrar da música Alegria, Alegria, que fala da Coca-Cola e por aí vai. Sou a garotinha extropicalista, agora militando em um movimento. Já não penso mais em casamento. mas se tomo Coca-Cola, acho que estou me vendendo. A canção de Caetano Veloso diz, eu tomo uma Coca-Cola, ela pensa em casamento, lembram isso? Sim, na voz de Caetano, muito bem lembrado. Eu tomo uma Coca-Cola e lá pensei em casamento, estamos falando de 1967.

já a ditadura militar e falar de... dessas coisas do imperialismo, e aqui existe uma crítica, claro, a esse imperialismo, imperialismo pagão e falso, hipócrita, que vem com... acusando gente de algo que as próprias pessoas que acusam praticam. E aí vem uma coisa que é muito engraçada, meu coração fundamentalista pede socorro aos intelectuais.

Pois a diferença entre esquerda e direita já foi muito clara, hoje não é mais. Ele está dizendo que esquerda e direita agem do mesmo jeito com esse fundamentalismo, com essa crítica braba a ele por causa da... da narração no comercial da Coca-Cola. Vamos para a segunda parte. Genial esse negócio, né? Na cerimônia do Beijapé, Papa Francisco perdoa Tom Zé pelo pecado de ter narrado. esse filme do refrigerante. E tem até o Facebook da Santa Sé, né, professor?

Nessa época o Facebook, nós estamos falando de 2013, 2014, o Facebook era o tribunal. Perdeu esse lugar, acho que para o próprio WhatsApp, não é isso? Tem outras redes agora também, né? Essas coisaradas todas aí. que são um verdadeiro tribunal, todo mundo é julgado ali impiedosamente por pessoas absolutamente impolutas, ninguém é pecador, todo mundo é santo, e aponta o dedo. E julgue, condena e executa. Qual é a palavra que eles usam? Como é que é quando uma criatura é...

É limada? Cancelada. Cancelada, né? É, cancelada. Então, note a passagem aqui, pois a diferença entre esquerda e direita já foi muito clara hoje, não é mais quero civilizar o capitalismo selvagem, quero trazer a luz para toda ignorância. Coisas que o Papa Francisco disse o tempo todo nesses 12 anos, quase 12, um pouco menos de 12 anos de papado.

bateu nessa tecla, a tecla de trazer o conhecimento, de combater a ignorância, civilizar o capitalismo selvagem e por aí vai. Essa música... de Tim Bernardes, é realmente impressionante, e na voz do Tom Zé, e com o Tim cantando também. A gente diria claramente que o Tom Zé compôs isso, porque a temática tem tudo a ver com a postura do Tom Zé, mas não é. A composição é do Tim. E está num EP. O que quer dizer EP, vocês que são jovens? Eu não lembro mais a sigla, o que significa EP.

Em suma, é um disco pequeno, um CD pequeno com cinco canções e está lá. essa canção no meio de outras todas que compõem esse tribunal do Facebook, com todas essas referências muito interessantes, muito... fortes, muito apimentadas, apimentadas em relação a toda essa hipocrisia. foi um guerreiro, lutou como pôde contra toda essa mediocridade. Nosso tempo está acabando, professor. Eu queria rapidinho, a produção não vai me matar, mas eu tenho uma dúvida muito interessante da ouvinte Marta.

Tem um minutinho para isso, professor. Ela pergunta o seguinte, ela disse que antigamente se grafava Papa com a letra maiúscula. E hoje ela tem percebido durante a cobertura, em alguns textos na imprensa, a letra minúscula. E ela fala que na época até tomava bronca da escola católica. Se ela escrever errado. E aí a pergunta dela é, afinal, qual é a regra hoje? É minúscula ou maiúscula? Um minutinho, professor.

Olha, isso de fato antes da última, daquilo que eu chamo de desacordo ortográfico, era padrão que se escrevesse isso com letra maiúscula. mas depois desse texto de 2013, que entrou em vigor definitivamente em 2016, Isso fica a critério do freguês, a critério de quem... É como dizer o professor fulano, o Papa Beltrano... e por aí vai o presidente fulano, há quem grafe isso com maiúscula, mas a prática hoje é grafar com minúscula mesmo, embora haja a possibilidade do uso da maiúscula.

predomina, assim, fortemente o emprego da minúscula, não só para a Papa, mas para todos esses exemplos que eu dei. Perfeito. Não ficamos sem dica do professor Pascoalho hoje. Muito obrigada, professor, pela sua participação e até a próxima. Bom trabalho para vocês, meus queridos, bom fim de programa para vocês. Vocês não voltam amanhã, né? Amanhã Tati e Fernando estarão aí, né?

voltamos em outros horários né Gabi em outros horários claro mas no estúdio CBN um belo dia foi um prazer fazer o programa com você na sexta Gabriela e com você E o nosso Frederico hoje. Muito obrigado. Parabéns pelo trabalho.

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