Oi, tudo bem com você? Eu te dou as boas-vindas ao Intermediate Portuguese, o único podcast que te ajuda a se expressar em português do jeitinho que você faz no seu idioma matérico. Eu sou o Eli e já temos mais de 250 episódios. Então, eu decidi finalmente só falar português em toda parte. Claro, temos algumas coisas em inglês, mas em geral é português.
E depois de ouvir esse episódio, você vai ter um bom vocabulário para falar sobre superação, sobre vencer dificuldades e também um pouquinho de golfe. Esse episódio foi escrito originalmente por uma de minhas alunas, a Antje. Oi Antje, como vocês estão? Ela gosta muito de golfe e escreveu um roteiro para o nosso episódio. Então, vamos bater palmas, porque a Antia foi quem me ajudou nesse episódio.
Lembrando que se você quiser bater um papo, conversar comigo, você pode. Nós temos um grupo de convers... para alunos que tem um nível perto do intermediário Lá você se reúne comigo duas vezes por semana, bate um papo legal, pratica o seu português, descobre muitas coisas e se diverte bastante. Quer participar? Entre no link que está na descrição desse episódio e veja mais informações. Agora nós vamos começar com o episódio de número 261, falando de superação por meio do golfe.
Quando criança, era He Shun Shui. E meus pais sempre me faziam jogar futebol todos os dias. E quando não era futebol, era basquete, beisebol ou outro esporte com alguma bola. Assim, mantive o peso sob controle. Mas o tempo passou e a gente se acomodou. Fiz faculdade de Direito e de lá saí direto para uma cadeira de escritório. E da cadeira de escritório, saia para a cadeira dos restaurantes, aonde levava a minha então namorada e atual escritório.
Trocando em miúdos com uma vida sedentária, o peso voltou com tudo. Os louros do passado foram todos perdidos. Minha esposa sempre foi compreensiva, mas dava uma alfinetada aqui e ali comentando o meu peso. Vamos pelo elevador, porque o Luiz não tem fôlego para as escadas. Tem como ir de carro? Porque o Luiz vai suar a camisa e não é trabalhando.
Sei que ela não fazia isso por mal, mas sentia uma pontada de raiva quando ela jogava o meu peso na minha cara. Porém, decidi usar essa raiva para dar a volta por cima. Como sempre fiz algum esporte, podia retomar o hábito. E como lá no escritório um dos associados jogava golfe, pensei em jogar golfe com ele. Mas passei tanto tempo sedentário que pensei estar assinando a minha derrocada quando assinei a minha matéria.
Comprei toda a parafernalha de golfe, incluindo um bonezinho que disseram que ia me deixar a cara do Tiger Woods. Agora, com as devidas vestimentas, entrei em campo para minha primeira aula. No campo, o treinador me perscrutou. Então, ele me mostrou como era um swing grande e um swing pequeno e disse que íamos começar com um pequeno. Agora deu. Eu podia estar alguns anos longe dos esportes, mas sabia que ainda era capaz. Eu dava conta do recado.
Levantei o taco e joguei meu peso com toda a força para dar uma tacada daquelas num swing grego. Mas o taco passou direto, acabei perdendo o equilíbrio e de uma pirueta, caí no chão. no chão foi que me apercebi de que meu corpo estava um pouco mais pesado do que estava Mas o mico foi ainda maior. Quando me levantei do chão e tirei a poeira dos ombros, vi o chefe de um escritório concorrente.
Ele deu um sorrisinho maroto e comentou. Eita colega, ainda bem que do chão não passa, né? Mas é assim mesmo. Quem está começando sempre quebra a cara. Eu entendi a indireta e senti uma raiva crescer em mim. Mas aí pensei na minha esposa e nos comentários dela e no fato de sempre terem duvidado das minhas capacidades e senti uma vontade tão grande de me vingar. Engolei o choro e bolei-o. Pedi ao treinador para me mostrar de novo como fazer o swing pequeno e prestei atenção.
Quando chegou a minha vez, dei uma tacada com o mesmo cuidado que ele teve e lá se foi a bola voando e voando e desaparecendo no horizonte. Agora! Desde aquele dia, tenho praticado com o treinador todos os dias na hora do almoço. Como pulo o almoço e fico caminhando para cima e para baixo no campo, perdi uns bons 40 quilos e já estou me preparando para competir no primeiro torneio neste fim de semana.
E sabendo que um dos favoritos é aquele concorrente que riu de mim, quando eu ganhar, vou fazê-lo engolir a taça. A vingança é um prato que se come frio. No monólogo de hoje, o narrador começa falando um pouco sobre o histórico dele. Ele diz que quando era criança, era... mas que sempre fazia esportes e mantinha o peso sob controle e aqui nós temos duas boas A primeira delas é rechonchudo. rechunchudo é um adjetivo, quando a gente diz que alguém está rechunchudo, essa pessoa está um pouco gorda.
ela não está acima do peso mas ela está chegando lá É diferente chamar alguém de rechonchudo e chamar alguém de gordo. Às vezes, gordo pode ser negativo. Rechonchudo é uma maneira mais suave, uma maneira mais... informal de dizer que alguém tem um corpo arredondado. É uma forma simpática de se expressar. Por ejemplo... Quando eu era criança, eu era rechunchudo. Eu tinha as bochechas redondas e eu era gordinho. Mas quando eu cresci, eu emagreci. E nunca mais fiquei rechumado.
E, de fato, muitas crianças, eu quando era criança, eu era uma criancinha rechuchuda também. Inclusive, é um sinal de saúde para muitos brasileiros que as crianças sejam rechuchudas. A segunda expressão que é interessante aqui é sob controle. Aqui observe, a gente diz sob controle. E quando algo está sob controle, algo está em equilíbrio, algo não está causando problema. sendo bem administrado. Por exemplo, Eu preciso tomar remédios para manter a minha pressão sob controle.
Então eu tomo remédios de pressão. Que infelizmente é o que acontece com muitos brasileiros. Que eles nem sabem que tem problemas de pressão. E que o problema de pressão está fora de conta. Mas aí o narrador diz, isso era no passado, porque o tempo passou, a gente se acomodou, e aí ele fala do estilo de vida dele. é muito tempo sentado, ele ia para os restaurantes com a então namorada e a atual esposa. E trocando em miúdos, com uma vida sedentária, o peso saiu do controle.
Aqui temos muitas expressões. A primeira delas é acomodar. E aqui é um verbo pronominal. Eu me acomodo, você se acomoda, nós nos acomodamos. E quando a gente diz que alguém se acomoda, no caso aqui, alguém relaxa demais, ela para de se esforçar, ela para de procurar melhorar. Isso acontece às vezes com idiomas. Eu estudei francês no passado. Mas eu me acomodei. Eu disse, o que eu sei é suficiente. Não preciso de mais nada. Então, eu me acomodei.
E outro exemplo que eu posso dar é, é importante nunca se acomodar na mesma posição em uma empresa. Quando você se acomoda na mesma posição em uma empresa, você começa a não ter nenhum tipo de benefício. A pessoa não quer mais crescer na empresa, então ela pode ser substituída. A segunda expressão aqui é a palavra então. Em contraste com atual. Então, tem alguns sentidos que estão lá no nosso guia de aprendizagem, mas aqui é utilizado para marcar alguma coisa que era no passado.
Posso dizer, por exemplo, em 1996, o então presidente Fernando Henrique Cardoso criou muitas políticas públicas. Em 1996, o então presidente Fernando Henrique Cardoso criou muitas políticas públicas. E aqui observe, eu estou usando então, falando de um período no passado. No caso do narrador, ele falou a então namorada e a atual esposa. Ou seja, ela mudou de situação com ela.
E essa é uma palavra muito utilizada nos jornais, tá? Então dê uma olhadinha nos jornais e você vai ver bastante essa palavra. A próxima expressão é trocando em miúdos e essa é uma maneira informal de apresentar a mesma informação. anteriormente dada mas de uma maneira simples é como se alguém dissesse assim olha eu vou explicar de um jeito mais Então, ela troca em miúdos. Um exemplo que eu posso dar é o seguinte.
A Maria falou com a mãe dela que estava passando muitas dificuldades. O aluguel estava caro... As compras estavam mais difíceis. Trocando em miúdos, a Maria pediu dinheiro à mãe. Ela falou muitas coisas, mas trocando em miúdos ela queria dinheiro. Então em outras palavras, ela queria... E o narrador disse que os louros do passado foram todos perdidos. E os louros, assim sempre no plural, são os méritos de uma conquista passada.
E aqui eu dou um exemplo dos grandes artistas da televisão e do cinema. Muitos deles passam vários anos sem aparecer na televisão. Mas eles continuam vivendo dos louros do passado. Ou seja, dos filmes, das novelas e das séries que eles fizeram 30 anos atrás. Então eles vivem dos louros do passado. Lá no Guia de Aprendizagem eu tenho algumas notas adicionais sobre...
Bom, agora sabemos que o narrador foi rechunchudo quando criança, perdeu o peso depois de adulto, ganhou de novo o peso e agora estava acima do peso. O narrador diz que a esposa dele sempre foi compreensiva, ou seja, ela sempre entendeu a situação. Mas, ocasionalmente, ela dava uma alfinetada no marido. Ela fazia alguns comentários. como, é possível ir andando, ou melhor, é possível ir de carro, porque o Luiz vai suar a camisa e não é trabalhando.
E aqui, dar uma alfinetada é uma boa expressão, e fazer um comentário que parece inovador. Mas que na verdade é uma crítica ou uma provocação. E geralmente de uma maneira sutil, difícil de perceber. Por exemplo, no almoço de domingo a minha mãe deu uma alfinetada no meu irmão O meu irmão apareceu e ela olhou para ele e disse... Você está precisando de dinheiro meu filho?
E o meu irmão disse, não. Então a minha mãe disse, é que normalmente você só aparece quando precisa de dinheiro. Então eu estou vendo você aqui. Pensei que estivesse precisando. Essa é uma alfinetada bem violenta. Mas uma pessoa pode ser mais sutil na hora de dar uma alfinetada. E a alfinetada da esposa aqui que ela deu foi, por exemplo, tem como ir de carro? Porque o Luiz vai suar a camisa e não é trabalhando. E normalmente a gente diz suar a camisa pra trabalhar duro.
pessoa que se esforça muito, né? Então, tipo, pra aprender português, bem, é necessário suar a camisa, tá? Pelo menos um pouco. Para falar bem português, é necessário suar a câmera. Mas aqui, a esposa do narrador estava dizendo que ele ia suar a camisa, mas não era de trabalhar, não. Era porque ele não aguenta caminhar. Então, foi uma alfinetada bem violada.
E isso me lembra às vezes quando um amigo defende outro, né? E diz assim, você só faz isso com meu amigo porque ele é burro. Porque se ele fosse inteligente, você não faria isso. Uma alfinetada também. E aí o narrador diz... que ele sentia uma pontada de raiva quando ela jogava o peso na cara dele. mas ele decidiu usar a raiva para dar a volta por cima. Afinal, ele tinha sido esportista no passado, então era possível retomar o hábito. E aqui nós temos quatro boas.
A primeira delas é sentir uma pontada de alguns sentimentos. E geralmente um sentimento negativo. Então, sentir uma pontada de raiva, uma pontada de inveja, uma pontada de tristeza. quando você tem uma sensação. repentina, súbita e intensa de algum sentimento. e alguém faz um comentário ruim, eu sinto uma pontada de raiva dessa pessoa. Ai, que raiva! Naquele momento. E um exemplo que eu posso dar é, quando descobri que os meus amigos foram para a festa sem me convidar,
Eu senti uma pontada de tristeza. Fiquei muito triste, na verdade. Mas eles sabem o que fazem. Eu não vou reclamar. Eu senti ali uma pontada de tristeza, porque eles não me convidaram. Que bandos de sem-vergonha. Mas eu vou dar a rola. E dar a volta por cima é a próxima expressão. Quando você passa por uma dificuldade, mas depois você se recupera dessa situação... sai melhor, isso significa que você deu a volta. É quando você se recupera.
situação difícil e ainda sai melhor do que está Por exemplo... O João perdeu o emprego, foi abandonado pela esposa. Foi abandonado pelos amigos. O cachorro dele fugiu. O gato foi embora. Ai meu Deus, o João passou por um problemão. Mas ele deu a volta. E hoje ele tem uma nova esposa, tem mais cachorros, tem mais amigos. Ou seja, ele está bem melhor do que estava antes. Ele deu a volta.
E tem uma frase muito comum, que vem até de uma música que os brasileiros usam para encorajar e motivar outras pessoas. A gente vê os nossos amigos... com problemas então a gente diz levanta sacode a poeira e dá a volta Ou seja, se levanta e vai trabalhar porque você consegue superar esse problema. Você consegue passar por cima desse problema. E o narrador disse aqui que ele podia retomar o hábito de fazer esporte.
vez é esportista, sempre esportista. E retomar significa começar de novo, começar de onde parou. uma atividade ou um hábito. Por exemplo, eu passei muitos anos sem precisar de tratamento de fisioterapia. Mas... Esse estilo de vida muito sedentário me prejudicou. Então eu retomei as sessões de fisioterapia. Eu retomei as sessões... Ou seja, comecei de novo de onde eu tinha parado.
Aí você pode retomar a leitura de um livro, você pode retomar a participação em um curso. É sempre possível retomar aquilo que você interrompeu. e eu tinha dito que era um quadro A quarta expressão, já foi estudada antes, que é jogar na cara. Jogar alguma coisa na cara de alguém. que é mostrar para essa pessoa e fazer questão, insistir de que essa pessoa veja. Geralmente para dizer, olha, eu estou te dizendo, eu te avisei.
Então quando ela joga na cara do marido o peso dele, quer dizer que ela fica sempre relembrando, sempre falando do peso. Lá no guia de aprendizagem eu tenho algumas notas adicionais sobre isso. Daí o narrador diz, né? Ah, eu vou dar a volta... E aí pensou em jogar golfe com um colega de trabalho, porque provavelmente é um esporte... é mais apropriado para alguém muito sedentário.
Ele foi para o campo de golfe e se matriculou, mas ele estava com a sensação de que estava assinando a derrocada dele quando estava assinando a matrícula. E o narrador aqui é um pouco dramático, porque a derrocada é a ruína, é o fracasso total de alguma coisa. Vou dar dois exemplos pra você. O primeiro deles é com uma empresa. A falta de organização da empresa levou a sua derrocada.
Ou seja, a empresa era completamente desorganizada e isso levou à derrocada da empresa. A empresa se arruinou, fracassou e fechou. Essa foi a derrocada da empresa. E o segundo exemplo que eu tenho é um que acontece com certa frequência. aquele artista infantil era muito querido por todos mas um dia fizeram uma gravação dele falando coisas horríveis, falando coisas muito terríveis. E essa fala foi a derrocada desse...
Ou seja, o artista falou coisas escabrosas, né? Ai, meu Deus, que coisa horrível. E isso causou a derrocada desse artista. Ou seja, ele fracassou e perdeu tudo e desapareceu. Por isso que eu disse que o narrador parece um pouco dramático. Que coisa, cara. É só um esporte. E aí o narrador comprou toda a parafernália de golfe, ele comprou um boné tipo o do Tiger Woods, e estava com todas as vestimentas apropriadas.
Daí, com toda a parafernália de golfe e com as vestimentas corretas, ele foi para o campo e o treinador olhou para ele de cima a baixo. O treinador olhou para o narrador. Muito demoradamente. Aqui o narrador utilizou outra palavra. Ele disse que o treinador perscrutou o narrador. Hiperscrutar é uma palavra chiquérrima. Não é uma palavra do dia a dia, não. Na verdade, eu tenho várias palavras boas aqui. Algumas que não são do dia a dia.
A primeira delas é a parafernália. E a parafernália é um conjunto de objetos ou coisas que são usados para uma atividade específica. um pintor tem na sua parafernália pincéis, tintas, panos, telas, aventais, tudo. おー O professor, na sua parafernália, tem livros, livros e mais livros, papel, caneta e livros. Então, cada profissão tem lá a sua parafernália para poder trabalhar.
A outra palavra que o narrador utilizou foi as vestimentas. E as vestimentas, normalmente no plural, são as roupas ou os trajes usados por alguém. Aqui não tem um sentido especial de, ah, é uma roupa de festa, é uma roupa de trabalho, não. São as vestimentas, é uma palavra mais geral. Outras que as pessoas dizem são as vestes, as vestimentas ou as roupas. E a terceira palavra que o narrador utilizou foi perscrutar. E quando alguém perscruta alguma coisa, essa pessoa observa com muita...
Ela examina por muito tempo, querendo entender melhor alguma coisa, querendo ter um insight sobre aquela... No consultório médico, o doutor ficou calado por um tempo, perscrutando o paciente, tentando descobrir se o paciente realmente estava sentindo dor. Ou seja, o médico pensava que o paciente não estava doente. Então ele estava assim, hum, será que esse paciente está realmente sentindo alguma coisa? E é para eles que servem os exames.
Mas como eu disse, essa não é uma palavra do dia a dia. É uma palavra que você vai ver em livros, em jornais mais especializados. No dia a dia as pessoas vão dizer, ele me olhou de cima a baixo. Elas não vão dizer ele me perscrutou. Elas vão dizer, ele me olhou de cima a baixo. Anote aí. Bom, e por que o treinador perscrutou o narrador? Porque ele queria saber se o narrador tinha a capacidade física de estar ali.
E depois de olhar bem para o narrador, ele decidiu que iam começar com uma manobra chamada swing pequeno. Eu, pessoalmente, não entendo muito de golfe, gente. Eu não jogo. Mas a Antia, que preparou esse monólogo... Sim, ela joga. E lá no Guia de Aprendizagem, para quem gosta de golfe, eu tenho informações abundantes adicionais sobre os termos de golfe aqui no Brasil.
Só para você ter uma ideia, muitas das palavras usadas no golfe no Brasil são, na verdade, palavras em inglês. Então, put, swing... Essas coisas, o T, essas coisas todas são em inglês. Tá bom? Então, dê uma olhada lá no guia para ter certeza dos termos que nós usamos. Agora vamos continuar, porque quando o treinador pensou que o Luiz, o narrador, não tinha lá essa capacidade toda, ele disse, vamos começar com o swing.
E o Luiz disse, agora deu. Eu posso estar um pouco sedentário, mas eu dou conta do recado. E aqui nós temos duas boas... A primeira delas é... Agora deu... Essa é uma expressão que tem vários significados. Você vai ver vários delas lá no nosso guia de aprendizagem. Mas, em geral, quando alguém diz, agora deu, isso significa que essa pessoa... está insatisfeita ou está frustrada e essa é uma reação a uma coisa que frustra ela. Por exemplo... O João e a Maria vão para a praia.
Mas, pouco antes da hora de ir para a praia, a Maria diz, Ai, João, eu não quero ir para a praia. Eu quero ficar em casa porque eu vou assistir ao show da Ivete Sangalo na televisão. E aí o João diz, agora deu. Você vai deixar de ir pra praia pra ficar assistindo televisão? Sério? Ai, ai, ai, agora deu mesmo. Segunda situação. De novo a Maria e o João. Eles estão em uma discoteca.
Eles estão na fila dessa balada. Discoteca é coisa de velho, gente. Balada é coisa de jovem. Então, eles estão ali na balada e estão esperando na fila. Quando chega a vez deles entrarem, o segurança olha para eles e diz, cadê a identidade? A Maria diz, agora deu. Olha pra mim, moço. Eu sou maior de idade. E o segurança diz, não, não, não. Sem identidade, não é. E aí a Maria, que se esqueceu da identidade,
Ai, agora deu. Como eu disse, lá no Guia de Aprendizagem eu tenho outras expressões similares a essa que os brasileiros usam o tempo todo. A próxima expressão que o narrador utilizou foi dar conta do recado. E quando você diz que dá conta do recado, isso significa que você consegue fazer uma tarefa. Ela pode ser difícil, ela pode ser complicada, não importa. Por exemplo,
O Carlos foi contratado para fazer um serviço de contabilidade muito difícil, mas ele é um dos melhores contadores que eu conheço. Ele vai dar conta do recado. Ele é um dos melhores contadores que eu conheço. Ele vai dar conta do recado. Ou seja, ele vai fazer esse trabalho, mesmo sendo um trabalho muito difícil. Daí o narrador disse, né? Eu dou conta do recado, eu consigo dar essa tacada. E não foi bem o que aconteceu.
Porque quando ele foi dar uma tacada, ou seja, ele pegou o taco de beisebol e... Ele foi dar uma tacada, acabou caindo. Ele foi dar uma tacada daquelas e de uma pirueta caiu no chão. Aqui você vai ver que o narrador disse que ele ia dar uma tacada daquela. E quando você coloca daqueles ou daquelas na frente de um substantivo... Por exemplo, hoje está fazendo um calor daqueles. Ou, ai, eu estou com um cansaço daqueles. Ou... Esse bolo é da Kelly's. Isso significa que essa coisa é fora do comum.
Ela pode ser fora do comum positivamente, porque é impressionante, muito boa, como um bolo daqueles muito bom. Ou impressionantemente negativa. Por exemplo, um calor daqueles. Um calor muito forte, um calor fora do comum. E é muito comum também, quando as pessoas têm um dia difícil, elas dizem, ai meu Deus, hoje está sendo um dia da...
Hoje está sendo um dia daqueles. Que é uma maneira realmente muito comum de expressar. Ou seja, um dia fora do comum e provavelmente... A outra palavra que o narrador utilizou foi pirueta, naquele... deu uma pirueta e paft, caiu no chão. Uma pirueta é um movimento em que o corpo gira sobre... Por exemplo, você pula e dá uma pirueta. Nos circos, os artistas circenses sempre dão muitas piruetas. Eles pulam e giram. E cai de pé. Ou às vezes não. Então, a pirueta é esse movimento que...
E aí, quando o narrador caiu no chão, ele se apercebeu de que estava um pouco mais pesado do que antes. Ou seja, ele se deu conta, ele se apercebeu. Mas ele disse que isso não foi o único mico. O mico foi maior. porque um concorrente viu ele caindo no chão, deu um sorriso maroto e fez um comentário bem difícil. O primeiro termo aqui é o E o mico, originalmente, é um macaco, é um animalzinho. Mas, no dia a dia aqui no Brasil, informalmente, um mico é uma situação vergonhosa, constrangedora.
Você vai se abaixar, tipo, a sua carteira caiu no chão e você se abaixa para pegar a carteira. E de repente, a sua calça rasga. Mico! A minha calça rasgou. Ai, que mico! E quando você passa por esse tipo de situação, a gente diz que você paga o mico. Eu já paguei muito mico na minha vida. E um dos micos que eu sempre conto pra todo mundo foi porque eu disse pra uma mulher que ela estava grávida e ela não estava grávida não. Foi um mico enorme.
Um colossal. Nunca mais cometo isso, nunca mais pago esse mico. Aí, se você quiser, compartilha comigo qual foi o maior mico que você já pagou. no caso do narrador aqui o mico que ele pagou foi que ele caiu no chão na frente de um concorrente e o concorrente deu um sorrisinho maroto ou seja, ele fez assim E no caso aqui, o sorriso maroto mostra que o concorrente queria sim fazer um comentário negativo para provocar o narrador.
Então ele fez aquele... Ai, ai, ai, agora que eu vou fazer um comentário negativo pra ele se sentir mal. E o mais duro do comentário foi o concorrente dizer que do chão não passa. Tipo, você caiu, mas do chão não passa. O narrador não se sente muito feliz com esse comentário. Ele diz que entendeu a indireta e sentiu uma raiva grande crescer dentro dele, mas ele pensou e pensou e decidiu que queria se vingar. Por isso ele engoliu o choro e bolou no plano.
E aqui nós temos duas boas expressões. A primeira delas é engolir o choro. E ninguém engole literalmente o choro, mas a pessoa faz um esforço para não chorar, para não reclamar, para não... mostrar que está com vontade de reclamar. Ela, eu não vou falar nada, mas eu vou engolir o choro, não vou reclamar e vou continuar. Ah, e é muito comum para os pais, pelo menos era comum na minha época, não sei como é que está hoje. as crianças começavam a chorar. Aí os pais diziam assim, engole esse choro.
Engole esse choro, porque senão você vai chorar com vontade. Aí a criança, eita! Aí engoliu o choro. Eu não tinha esse negócio de chorar, não. E a outra expressão foi bolar um plano. Bolar um plano é a mesma coisa que criar um plano. Você pensa e cria um plano para fazer alguma coisa.
Lá no monólogo, ou melhor, lá no guia de aprendizagem, você vai ver que nós temos alguns outros significados para essa palavra. E o narrador agora tinha bolado um plano, ele engoliu o choro e decidiu continuar, parar de reclamar. E ele fez exatamente o que o treinador dessa vez mandou. O treinador disse, repita esses movimentos. O narrador repetiu os movimentos. Deu uma tacada e a bola foi voando, voando, voando. desaparecendo no horizonte. E aí o narrador disse, agora sim!
Quando a gente fala agora sim, é tipo quando você... finalmente faz alguma coisa da maneira que você queria ou quando um resultado está do jeito Agora sim. Agora está do jeito que eu quero. Agora é o resultado que eu quero. Agora deu, agora sim, agora pronto. São várias expressões com agora que estão lá no nosso guia de aprendizagem. Daí o narrador fala...
Ele continuou praticando com o treinador todos os dias na hora do almoço. E como ele não faz a refeição, ele pula o almoço, ou seja, ele não almoça. Ele fica caminhando para cima e para baixo. Ele perdeu 40 quilos já, o que não é pouco. E está se preparando para competir em um torneio. E aqui nós temos algumas boas expressões. A primeira delas é pular. E no caso aqui, é pular o almoço. E quando você pula uma refeição, isso significa que você não faz essa refeição, você deixa de fazer.
E de uma maneira mais ampla, pular pode ser usado também para você pular uma questão, ou seja, não responder uma questão. Ou você vai pular uma... te convidam para uma festa, você diz, não, essa eu vou pular, que significa eu não vou participar. Então, o pular tem o sentido mais geral de não participar, não fazer ou não... se envolver com alguma coisa específica naquele momento.
Então, tipo, se alguém me chamasse hoje para ir para a praia, eu ia dizer, não, gente, eu vou pular porque eu estou gripado. Que é a verdade. Bom, e a outra expressão que o narrador utilizou foi que ele fica caminhando para cima e para baixo.
Aqui, quando a gente diz para cima e para baixo, isso significa que tem um movimento contínuo, constante, de um lado para o outro. Não é necessariamente para... pode dizer, por exemplo, eu fui ao supermercado hoje de manhã e fiquei para cima e para baixo naqueles corredores tentando encontrar os ingredientes para a minha receita. Eu fui no supermercado hoje de manhã e fiquei andando para cima e para baixo, tentando encontrar os ingredientes para minha receita.
A gente realmente fica para cima e para baixo procurando coisa para comprar. É muito comum. E no final, como o narrador disse, ele vai participar de um torneio, que é uma competição. E um dos favoritos para ganhar o torneio é o concorrente, que riu dele. E o narrador disse, olha, eu vou fazer ele engolir a... ou seja eu vou fazer ele ver que eu ganhei e ele vai aceitar a minha vitória porque eu sou muito melhor E aí o narrador encerra dizendo que a vingança é um prato que se come frio.
Ou seja, a vingança é mais satisfatória quando é planejada, com calma e feita depois de um... E o narrador aqui provavelmente esperou bastante tempo, porque deu tempo dele perder 40 quilos, ficar bom em golfe e participar de uma competição. A vingança, sim, é um prato que se come. Agora, enquanto o narrador vai lá se preparando para a competição com o concorrente, a gente vai ouvir o monólogo mais uma vez, mas dessa vez na velocidade natural. Quando criança era rechunchurista.
E meus pais sempre me faziam jogar futebol todos os dias. E quando não era futebol, era basquete, beisebol ou outro esporte com alguma bola. Assim, mantive o peso sob controle. Mas o tempo passou e a gente se acomodou. Fiz faculdade de direito e de lá saí direto pra uma cadeira de escritório. E da cadeira de escritório, saia pra cadeira dos restaurantes, aonde levava a minha então namorada e a atual esposa.
Trocando em miúdos, com uma vida sedentária, o peso voltou com tudo. Os louros do passado foram todos perdidos. Minha esposa sempre foi compreensiva, mas dava uma alfinetada aqui e ali, comentando meu... Vamos pelo elevador, porque o Luiz não tem fôlego para as escadas. Tem comida de carro, porque o Luiz vai suar a camisa. E não é trabalhando. Sei que ela não fazia isso por mal, mas senti uma pontada de raiva quando ela jogava meu peso na minha cara.
Porém, decidi usar essa raiva para dar a volta por cima. Como sempre fiz algum esporte, podia retomar o hábito. E como lá no escritório um dos associados jogava golfe, pensei em jogar com ele. Mas passei tanto tempo sedentário que pensei em estar assinando a minha derrocada quando assinei a minha matéria.
Comprei toda a parafernália de golfe, incluindo um bonezinho que disseram que ia me deixar a cara do Tiger Woods. Agora, com as devidas vestimentas, entrei em campo para a minha primeira aula. No campo, o treinador me perscrutou. Então ele me mostrou como era um swing grande, um swing pequeno e disse que íamos começar com um pequeno. Agora deu. Eu podia estar alguns anos longe dos esportes, mas sabia que ainda era capaz. Eu dava conta do recado.
Levantei o taco e joguei meu peso com toda a força para dar uma tacada daquelas num swing grande. Mas o taco passou direto. Acabei perdendo o equilíbrio de uma pirueta caindo. No chão foi que me apercebi de que meu corpo estava um pouco mais pesado do que estava... Mas o mico foi ainda maior. Quando me levantei do chão e tirei a poeira dos ombros...
Vi o chefe de um escritório concorrente. Ele deu um sorrisinho maroto e comentou. Eita, colega. Ainda bem que do chão não passa, né? Mas é assim mesmo. Quem tá começando sempre a quebrar ca... io entendi già in diretta. Eu senti uma raiva crescer em mim. Mas aí pensei na minha esposa e nos comentários dela. E no fato de sempre terem duvidado das minhas capacidades e sentir uma vontade tão grande de me vingar. Engoleu choro e boleu.
Pedi o treinador para me mostrar de novo como fazer o swing pequeno e prestei atenção. Quando chegou a minha vez, dei uma tacada com o mesmo cuidado que ele teve e lá se foi a bola, voando e voando e desaparecendo no horizonte. Agora... Desde aquele dia, tenho praticado com o treinador todos os dias na hora do almoço. Como pulo o almoço e fico caminhando para cima e para baixo no campo, perdi uns bons 40 quilos. E já estou me preparando para competir no primeiro torneio neste fim de semana.
E sabendo que um dos favoritos é aquele concorrente que riu de mim, quando eu ganhar vou fazê-lo engolir a taça. A vingança é um prato que se come frio. Oi, muito obrigado por ouvir esse episódio até o final. Eu sou o Eli e eu agradeço muito o seu apoio. Se você tiver tempo e puder, por favor, deixe uma avaliação sobre esse podcast na plataforma que você escuta o podcast.
Claro, nem todas as plataformas podem fazer isso. Se a sua não puder, não tem problema. Continue ouvindo, mande suas mensagens e a gente se vê por aqui.