Cafezinho 672 | O Rock Acabou? Roqueiros, Política e a Rebeldia Perdida - podcast episode cover

Cafezinho 672 | O Rock Acabou? Roqueiros, Política e a Rebeldia Perdida

Apr 18, 202512 minEp. 672
--:--
--:--
Listen in podcast apps:
Metacast
Spotify
Youtube
RSS

Summary

Luciano Pires discute a transformação da rebeldia no rock, analisando como alguns artistas trocam a liberdade pela aprovação fácil e defendem o sistema. Ele aborda a polarização cultural, a importância do debate e a necessidade de aceitar as consequências da expressão no palco, incentivando discussões construtivas e respeito às opiniões divergentes.

Episode description

Quem tem o meu DNA – Data de Nascimento Avançada, sabe que rock and roll, mais que um gênero musical, é atitude. É uma resposta em forma de acorde distorcido a um mundo que insiste em calar quem pensa fora da caixinha. É o grito de quem se recusa a marchar em fila. Por isso, é tragicômico — ou só trágico mesmo — ver um roqueiro com mais de 60 anos, tendo ataque de pelanca no palco quando descobre que tem na plateia dezenas, quem sabe centenas, de pessoas que não têm a mesma orientação política que ele. Pior ainda é ver alguns velhos roqueiros aplaudindo abertamente ações autoritárias de um Estado que prende, censura e cala quem ousa discordar. Logo eles, que já foram a trilha sonora da inconformidade. O caso mais recente é o do Nasi, vocalista da banda Ira!, mas seu colega de profissão Nando Reis também experimentou recentemente a mesma situação ao usar o palco para fazer panfletagem política e descobrir que nem todos os fãs concordam com ele. Mas Nando foi mais esperto, não jogou gasolina no fogo. Rockeiro que defende o controle público ou estatal sobre pensamento e expressão é como punk que pede autorização pra protestar: perdeu o compasso. O verdadeiro rock nunca pediu licença, nunca baixou a cabeça. Lennon não pediu bênção à Rainha. Raul não foi ao DOPS pedir permissão para cantar. E Renato Russo, com “Que país é esse?”, não esperava aplausos do Planalto. Rockeiro de verdade não se incomoda com o que os outros pensam, ele incomoda o pensamento dos outros — porque ser roqueiro é ser livre, mesmo que essa liberdade custe caro. Livre até para ter ataque de pelanca no palco. Mas então, onde é que a coisa pega? Hoje, parece que a rebeldia virou figurino de palco. A jaqueta de couro virou cosplay de indignação. O grito foi domesticado, a crítica vendida a prestação. O mesmo sujeito que um dia cantou “envelheço na cidade” agora envelhece dobrando o joelho para o Estado. E ainda bate palmas. O que estamos vendo é um fenômeno de domesticação cultural. Artistas que antes cuspiriam no sistema, hoje se alinham a ele. Que tipo de “rockeiro” celebra a prisão de quem se manifesta contra governos autoritários? Que “libertário” apoia censura em rede social? Isso é rock? Não. Isso é covardia com solo distorcido. Se você balança a cabeça ao som da guitarra, mas não suporta quem pensa diferente, talvez não tenha entendido o espírito do rock. Ou pior: talvez tenha trocado o rock por um pouco de aprovação nas redes sociais. O velho roqueiro envelheceu muito mal na cidade. ..................................................................................................................................................................... MUNDO CAFÉ BRASIL: https://mundocafebrasil.com Curso Merdades e Ventiras - Como se proteger da mídia que faz sua cabeça? https://merdadeseventiras.com.br/curso/ Conheça o Podcast Café com Leite: https://portalcafebrasil.com.br/todos/cafe-com-leite/ Instagram: https://www.instagram.com/lucianopires/ Para conhecer minhas palestras: https://lucianopires.com.br Vem dar uma olhada na nossa loja: https://lucianopires.com.br/loja Edição e animação: Daniel Pires .................................................................................................................................................................... 🔗 Conecte-se com o Café Brasil e Luciano Pires: 📌 Assinatura Premium 👉 Confraria Café Brasil e Café Brasil Premium: https://cafebrasilpremium.com.br 📺 YouTube Canal do Luciano Pires: https://www.youtube.com/c/LucianoPires1 Canal do LíderCast: https://www.youtube.com/c/lidercast 💬 Redes Sociais Instagram: https://instagram.com/lucianopires Twitter (X): Luciano Pires: https://twitter.com/lucianopires Café Brasil: https://twitter.com/Cafe_Brasil Facebook: Página do Luciano Pires: https://www.facebook.com/luciano.pires Página do Café Brasil: https://www.facebook.com/portalcafebrasil 📲 Telegram Canal Café Brasil: https://t.me/cafebrasil ..................................................................................................................................................................... Cafezinho 672 | O Rock Acabou? Roqueiros, Política e a Rebeldia Perdida #Cafezinho, #Cafezinho670, #Umvelhoroqueiro, #Nasi, #artista, #rock, #banda, #LucianoPires, #CaféBrasil, #PodcastBrasileiro, #Reflexão, #Provocação, #DisrupçãoDigital #roqueiros #politica

See omnystudio.com/listener for privacy information.

Transcript

Meu, eu quero ir lá ver o show do Ira pra curtir as músicas que eu curtia quando eu era moleque, cara. Eu não quero ficar discutindo aqui o impacto político daquelas letras, porque aquela letra tem 30 anos de idade, cara. Bom dia, boa tarde, boa noite. Meu nome é Luciano Pires e este é o seu cafezinho. Muito bem, mais um cafezinho que começa com o texto que eu vou ler aqui e depois publicar em todas as redes sociais.

acompanhada de um comentário. Vamos ao texto direto? Quem tem o meu DNA, data de nascimento avançada, sabe que rock and roll, mais do que um gênero musical, é atitude. É uma resposta em forma de acorde distorcido a um mundo que insiste em calar quem pensa fora da cabeça. É o grito de quem se recusa a marchar em fila. Por isso, é tragicômico. Ou então é só trágico mesmo.

Ver um roqueiro com mais de 60 anos tendo ataque de pelanca no palco quando descobre que tem na plateia dezenas, quem sabe até centenas, de pessoas que não têm a mesma orientação política que ele. Pior ainda é ver alguns velhos roqueiros aplaudindo abertamente ações autoritárias de um Estado que prende, censura e cala quem ousa discordar. Logo eles, que já foram a trilha sonora da inconformidade. O caso mais recente é o do Nazi, vocalista da banda Ira. Mas o seu colega de profissão, Nando Reis,

Também experimentou recentemente a mesma situação ao usar o palco para fazer panfletagem política e descobrir que nem todos os fãs concordam com ele. Mas o Nando foi mais esperto, ele não jogou gasolina no fogo. Roqueiro, que defende o controle público ou estatal sobre o pensamento e a expressão, é como um punk que pede autorização para protestar. Perdeu o compasso.

O verdadeiro rock nunca pediu licença. Nunca baixou a cabeça. Lennon não pediu bênção para a rainha. Raul não foi lá no DOPS pedir permissão para cantar. O Renato Russo, com o que país é esse, não esperava aplausos do Planalto. Roqueiro de verdade não se incomoda com o que os outros pensam, ele incomoda o pensamento dos outros. Porque ser roqueiro é ser livre, mesmo que essa liberdade custe caro. Livre até para ter ataque de pelanca no pau. Mas então, onde é que a coisa pega?

Hoje, parece que a rebeldia virou figurino de palco. A jaqueta de couro virou cosplay de indignação. O grito foi domesticado, a crítica vendida à prestação. O mesmo sujeito que um dia cantou Envelheço na cidade, agora envelhece dobrando o joelho para o estado. E ainda bate palmas, cara. O que estamos vendo é um fenômeno de domesticação cultural. Artistas que antes cuspiriam no sistema, hoje se alinham com ele.

Que tipo de roqueiro celebra a prisão de quem se manifesta contra governos autoritários? Que libertário é esse que apoia censura em rede social? Isso é rock, cara? Não. Isso é covardia com um solo distorcido. Se você balança a cabeça ao som da guitarra, mas não suporta quem pensa diferente, talvez não tenha entendido o espírito do rock. Ou pior, talvez tenha trocado o rock por um pouco de aprovação nas redes sociais. O velho roqueiro envelheceu muito mal.

Vamos ao comentário, aproveite o embalo, se você está aí no YouTube, entra aqui embaixo, deixa o seu joinha, deixa um comentário, compartilhe, curta, comente, ajuda o pessoal a entender que esse conteúdo aqui é legal, que vale a pena discutir. Não precisa nem concordar não, cara, pode...

entrar para discordar, meu irmão, uma boa. Quanto mais gente vier, quem sabe a gente consegue fazer aquela plaquinha de papel crescer ali e chegar nos 100 mil. Já pensou que legal? Vamos adiante lá. Olha a camiseta que eu estou hoje. Parta do princípio que você está errado, seu objetivo é estar menos errado. Quem escreveu foi o Elon Musk. E é interessante porque ele tem um tipo de...

Eu tenho até na minha palestra planejamento antifrágio, eu mostro muito como é que funciona, né? Que é aquela história, cara, bota o bicho pra voar, deixa dar merda, quando der você pega e corrige, né? Que é aquela história, cara, parte do princípio que vai dar problema, vai estar errado. Depois que você vê o erro, você pega e corrige. Que é isso aqui, ó. Parte do princípio que você está errado, seu objetivo está cada vez menos errado. E de correção em correção, uma hora o foguete...

E eu não botei por acaso essa camiseta e nem é vermelha. Por acaso. Cara, essa discussão aqui com essa... ... ... ... ... ... E aí começou uma gritaria, né? Onde já se viu? Deixa o cara falar. Eu também acho, cara. Deixa o cara falar. Mas também deixa o cara assumir as consequências do que ele falou. O problema não é falar, o problema não é você chegar lá e abrir a boca e dizer a abobrinha que você quiser no palco. O palco é do artista.

Ele fala o que ele quiser no palco, e eu defendo com unhas e dentes. Fale o que você quiser. Mas entenda que muita gente da plateia não foi no show para ver proselitismo político. Muita gente não pagou o ingresso para estar sentado ali vendo a opinião do artista. A maioria, inclusive, não deve nem concordar com a opinião política do artista. Então, quando ele mistura propositalmente, ele pega aquele momento de...

Em levação. A música consegue fazer isso, né? A música nos deixa num outro nível. A gente abre o coração, a gente tá feliz, a gente tá ali emocionado com uma canção que de alguma forma significa alguma coisa pra nós e o artista se aproveita nesse momento pra enfiá-la dentro. uma opinião política, cara, além de ser uma sacanagem, isso coloca ele num risco. ele vai ter o risco de ouvir o disse o que quis

Vai ouvir o que não quis. E quando a plateia reagir, reagir mal, cara, faz parte do jogo. O processo é assim, cara. O palco é teu, fale o que você quiser. A plateia é deles. E eles vão dizer o que quiserem. E se eles voltarem... ou derem o troco, ninguém tem que reclamar. Agora, o mais irônico nessa história toda é você ver...

Artista assumindo um lado político, mas não um lado político do contra. É o lado que está aí, cara. Defendendo o sistema que está aí. Defendendo um grupo que tomou posse. Nesse sentido, cara... Na época do Ziraldo, quando o Pasquim, que o Pasquim foi um jornal

fundamental para a minha formação e fundamental para a formação de muitos brasileiros. Ele foi publicado no Rio de Janeiro, no final dos anos 60, ao longo dos anos 70, em pleno regime militar. Quanto mais duro ficava o regime, mais o Pasquim... agitava. Então ele foi muito interessante. Um dia ele acabou. E lá na frente ele pega e volta. E o Pasquim volta a existir e continua a ser o combatente até o dia que o Lula ganha a eleição.

E quando o Lula ganha a eleição, o Pasquim para de existir e vão perguntar lá por que vocês pararam e a resposta, acho que foi do Ziraldo mesmo, cara, não tem encabimento eu fazer um jornal a favor do sistema que está aí. Ele brigava para que a esquerda assumisse o poder. O dia que a esquerda assumiu, ele falou, agora não tem mais jornal. Porque se tiver, e eu quiser ser honesto, eu vou ter que meter a boca.

do sistema que está aí. Então, é muito curioso você ver esses caras que eram os agentes do contra-sistema, o agente que é contra tudo que está aí e agora está brigando para manter tudo que está aí. Parece meio esquisito isso, mas faz parte desse grande nó. que se transformou a cultura pop, a política, né? A política entrou em tudo, cara. Polarização não é o caso. Polarização, na história, a gente sempre esteve polarizado.

Houve um momento na história do Brasil que estava muito mais polarizado do que agora. Estava polarizado a ponto dos caras resolverem na bala, matar um ao outro. Era muito louco isso. A ponto de proibirem, não pode beber no dia da eleição, porque tem gente se matando. Tal grau de polarização. Então, polarização não é o problema. Quando você entra num campo de futebol e tem duas torcidas, elas estão polarizadas, cara. Isso nunca foi problema.

contra eles. O problema foi essa divisão que foi pegando pedaços da sociedade e fazendo com que esses pedaços ficassem um contra o outro. porque eu sou gordo contra um magro, eu vou apanhar porque eu sou homem contra uma mulher. Ou vou apanhar porque eu sou hétero contra um homo. Ou vou apanhar porque eu sou católico contra um ateu.

Ou então eu vou apanhar porque eu sou classe média alta contra um pobre. E assim vai. É sempre uma maneira de botar um contra o outro. Aí chega nesse momento em que, cara, tudo que você fizer... Está polarizado. Está polarizado no mau sentido. Até um bom dia é ruim. Se você entrar na rede social e falar alguma coisinha, já vem alguém da pancada e já vai enfiar de cara.

Bolsonaro e Lula. Mesmo que o assunto não tenha nada a ver com política, cara, acabou dominando, contaminou tudo e tá ficando muito chato isso, cara. Meu, eu quero ir lá ver o show do Ira pra curtir as músicas que eu curtia quando eu era moleque, cara. Eu não quero ficar discutindo aqui o impacto político daquelas letras, porque aquela letra tem 30 anos de idade.

Tem 40 anos de idade. Aquele grito, aquela coisa, sou contra o sistema, era de 40 anos atrás. Hoje eu não estou mais afim de ouvir isso. Eu quero ir lá pra curtir as lembranças que aquelas músicas antigas vão trazer pra mim. A opinião do artista, cara, é dele. Fique à vontade. Pode subir no palco, pode falar à vontade, mas eu vou reclamar. E quando eu reclamar, eu não quero o dedinho apontado pra mim, não, cara. Eu tenho todo o direito de ir na plateia, achar ruim.

ouvi proselitismo político, não foi para isso que eu tive, porque eu fui lá. Não foi isso que eu paguei para ver. Eu paguei para curtir um outro tipo de coisa. Cara, essa discussão vai muito longe. Eu estou lendo nas redes sociais que está saindo porrada para todo lado dos caras que defendem, dos caras que são contra. O fato é que... Como é que é? Escreveu, não leu, o pau comeu. Outra, quem fala muito dá bom dia pra cavalo.

Se você vai abrir a boca e vai falar, prepare-se, cara, porque o troco vem. E quando ele vier, não reclame. É só isso. Vem o troco, falei o que eu quis, vou ouvir o que eu não quis. Quer continuar essa discussão toda? Vem para cá, mundocafebrasil.com. Aqui eu estou fazendo uma série de... publicações, de conteúdos mais diversos, de várias formas. Tem podcast, tem e-book, tem sumários de livros, tem eventos, tem reuniões. Tem de tudo aqui para propor uma discussão.

Importante uma discussão entre pessoas que sabem falar e também sabem ouvir. Onde você pode muito bem ouvir alguém que é contra você e fazer uma argumentação sadia onde todo mundo cresce. Aqui só não tem lugar para baixaria, né? Entrou aqui com baixaria. Entrou nos comentários aqui com baixaria, com xingamento, é bloco na hora, né? Mas se entrar no comentário para ser contra a gente...

Com educação? Cara, por favor, quanto mais argumentos contrários vierem, mais rico eu vou ficar do ponto de vista intelectual. Como eu sempre digo, né? Se você entra numa discussão e ganha a discussão, você sai igual ao que entrou, cara. Se você entra numa discussão e perde, você sai maior do que entrou. Esse é o ponto. Este cafezinho chega a você com o apoio do cafébrasilpremium.com.br Conteúdo extra forte para seu crescimento profissional.

This transcript was generated by Metacast using AI and may contain inaccuracies. Learn more about transcripts.
For the best experience, listen in Metacast app for iOS or Android
Open in Metacast