O episódio de hoje contém cenas picantes. As histórias nesse podcast estão apimentadas, né, ultimamente. Acho que é porque entramos em Ares. Ou porque eu entrei e é meu aniversário. Eu sou a Marcela e esse é o Baseado em Fatos Reais, um podcast que conta histórias de mulheres reais. Para que a gente escute e possa ampliar todas as nossas...
Impressões, ideias, percepções sobre o que de fato é ser mulher. Entender que não tem uma resposta única para essa pergunta e que todas as experiências são válidas e maravilhosas. Você quer ouvir a sua história aqui? bfsurreais.com Ela vai ser contada em primeira pessoa, de maneira anônima e... sem nenhum juízo de valor, julgamento, piada.
nada tô aqui para contar a tua história do jeito que você mandá-la para mim não mentira não vou contar exatamente do jeito que você mandar porque tem ali a interpretação né E é baseado em fatos surreais, então posso acrescentar uma pimentinha aqui, uma coisinha ali, mas não farei julgamentos da sua experiência, ok? E para esse podcast acontecer todas as semanas, Muito obrigada a todos os apoiadores, essas pessoas.
maravilhosas, que como eu, acreditam muito no impacto dessas histórias na vida das mulheres por aí, as nossas heroínas. E se você quer fazer parte desse grupo, bfsurreais.com.br barra contribua. Você pode ir direto lá pingar no apoia.se barra bfsurreais. Agora sim, vamos para o caso surreal? Eu vou contar essa história pra você até um pouco baixinho, assim, porque eu tenho uma certa vergonha, assim, de falar aqui em casa e alguém, de repente, escutar, sabe?
Porque ainda é um pouco tabu falar de masturbação, né? Ainda mais se a gente tá contando alguma coisa de quando a gente era criança, assim. Enfim. É minha intimidade. Prefiro falar mais baixo. Eu menstruei, acho que eu tinha uns nove anos de idade, assim. E nessa época, minha mãe devia ter o quê? Uns 22? Ela já tinha três filhos, tipo eu com nove, a minha irmã com sete e um recém-nascido. Ou seja, estava no perrengue ali.
de filhos, né? E eu me lembro que quando eu menstruei, a minha mãe só chegou pra mim, assim, e perguntou, tipo... Ah, você precisa de alguma coisa? Você tem alguma dúvida sobre o que é isso? E eu falei, não. E o assunto morreu. Assim, morreu.
A gente não conversava muito, sabe? Não tinha um canal de diálogo super aberto. Minha mãe teve uma educação mais simples e com o tempo eu fui percebendo que ela ficava um pouco... um pouco até envergonhada, sem jeito, não sei exatamente qual termo usar assim, mas de vir conversar coisas comigo e com os meus irmãos,
Porque ela via gente com acesso a estudo, colégio particular e tal. E ela se sentia assim, sei lá, o que eu vou acrescentar para essas crianças? Eu que tive uma educação super simples. E eu lembro também de uma outra vez, um pouco tempo depois, que ela tava catando piolho na minha cabeça. E aí ela tentou puxar um assunto, assim, tipo, das revistas que eu lia, sabe? Ah, eu sei que você lê capricho, né? enfim, então você sabe que precisa se cuidar, né, e tal, mas assim...
Esses são os dois únicos momentos da minha vida que eu lembro da minha mãe tocar em algum assunto sobre a minha intimidade comigo. E essa história que eu tenho pra te contar aconteceu quando eu tinha ali os meus 14 anos. Então eu menstruei com 9 e a partir dali, eu... comecei a sentir uma necessidade, uma vontade, um desejo. de explorar meu corpo, assim, sabe?
de me tocar, eu percebia que quando eu estava tomando banho, ia me lavar e colocava água do chuveirinho ali, eu sentia alguma coisa diferente. E aquilo foi abrindo um caminho para uma exploração minha comigo mesma, sabe? E eu engajei na masturbação. Porque era muito gostosinho Muito gostosinho Eu não sei se você já teve essa oportunidade De explorar o seu próprio corpo Mas é bom, sabe? Nossa, como é bom E naquela época era mais ainda Porque...
Era tudo novidade, né? E eu ainda nem tinha beijado na boca, então, tipo, eu sentia aquela coisinha, aquele frisson, aquela cosquinha assim no corpo, aquela coisinha gostosa. E eu tinha eu e eu mesma pra explorar isso, né? Não tinha nem revista, assim, porque em casa eu tinha acesso, assim, no máximo a revista nova que a minha mãe tinha, sabe? Não tinha Playboy. E na época, não tinha celular pra ficar olhando Tumblr, nem Reddit, nem nada, assim. Não dava. Não dava mesmo.
Então, o que eu fazia? Eu aproveitava que eu tinha um quarto só meu e eu tinha um banheiro. Então eu tinha a minha intimidade com 14 anos, né? E a minha privacidade, assim. Conseguia ter espaço nessa casa, né? Mesmo com dois irmãos mais novos, minha mãe e meu pai. E eu gostava muito de entrar no banheiro. E aí eu colocava um tapete no chão para ficar confortável.
E me deliciava ali. Não podia fazer muito barulho, claro. Não dava pra gemer, nada do gênero assim. Mas dava pra eu aproveitar aquele momento comigo. e ir descobrindo sensações do meu corpo. E eu gostava de uma exploração assim... que ia para além do que eu podia fazer sozinha, com a minha mão, ou com o chuveirinho, enfim, eu ficava... buscando uma certa ajuda física, sabe? Na masturbação. E... Eu não tinha condições de comprar um vibrador, né? Zero condições. Eu acho que nessa época...
Eu não me lembro direito o quanto eu conhecia também sobre isso. Então, o que eu fazia? Eu improvisava. Eu ficava buscando objetos em casa, fálicos assim. ou que tivesse alguma semelhança, enfim, que eu olhasse pra ele e sentisse que eu podia introduzir, sabe? Que aquilo ia me ajudar naquela diversão, assim. Inclusive eu tinha o meu objeto favorito. Eu não sei se você se lembra daquelas embalagens de vitamina C efervescente, sabe? Que é cilíndrica. Eu acho que vinha o quê? Seis, dez pastilhas.
E aí quando acabava, eu guardava aquele cilindro, porque ele ia lá pro meu banheiro, porque tinha um tamanho perfeito assim pra mim na época, sabe? Ai, quando eu me penetrava com aquela embalagem, eu me sentia a mais ousada das meninas da minha idade. Só que eu não parei ali, né, na embalagem de vitamina C, não. eu ficava procurando coisas assim vira e mexe eu ia testar uma coisa nova até que nesse dia
eu vi um boneco do Piu Piu, sabe? O Piu Piu, que tinha aquela senhora que cuidava dele, e aí tinha toda aquela coisa com o gato e tal, enfim. Não sei se você conhece, mas o Piu Piu. Se você conhece, se não conhece, você pode colocar aí no Google e tentar descobrir. Ele é um boneco assim. que tem uma cabeça grande e um corpo pequenininho. Então, o que eu pensei? Acho que essa cabeça aí pode ser interessante.
Pode ser super divertido. E assim foi. Eu e o Piu Piu fomos para o banheiro. Para mais um momento de prazer comigo mesma. Só que desta vez... Eu não só estava inovando no brinquedo, no objeto que estava servindo ali para o meu prazer, mas eu também resolvi inovar. Na exploração de orifícios. Então, eu não penetrei a minha vagina. Eu penetrei o meu ânus com a cabeça do piu-piu. Só que tinha um detalhe nesse boneco. Sabe, que se não fosse por esse detalhe, teria sido perfeito. O detalhe...
É que esse boneco não tinha o corpo. Ele só tinha a cabeça. Ele não tinha corpo, sabe? Ele estava quebrado. Então, quando o boneco entrou, nada ficou pra fora. Pois é. Enquanto eu tava ali me tocando e ele tava lá estimulando e tal, hum, delicioso, super excitante. Só que... Depois que eu gozei, eu precisava tirar o boneco do meu ânus, né? E aí, quando eu me dei conta de que ele estava ali e que eu não estava conseguindo puxar o boneco pra fora...
Eu comecei a ficar com medo. Mas assim, muito medo. Eu lembro que meu coração começou a bater de quase... Saí na boca e eu já comecei a imaginar a cena da minha mãe me vendo e eu falando o que tinha acontecido e ela com os olhos estatelados assim, tendo que me levar no hospital e eu tendo que contar isso no pronto-socorro do hospital. Tendo que falar isso para o meu pai, enfim, para os médicos, né? Passando por aquela situação...
constrangedora e horrorosa de provavelmente ter que ficar numa posição bastante desconfortável ali pra ter aquele objeto retirado do meu ânus. E aí eu pirei, pirei, pirei total. Coração bater na milhão. Essas imagens vindo na minha cabeça. E aí eu tive um momento de lucidez. Eu lembrei. como eu faço cocô é, pra fazer cocô eu faço força E aí eu pensei, bom, posso tentar cagar o piu-piu, né? Fazer cocô piu-piu. Vai que, né? E aí eu comecei naquele...
momento, assim, força, sabe? Tipo, quando você tá com o intestino preso e você precisa se concentrar ali pra fazer aquela coisa. Então, foi isso. Depois de muita força, muita mesmo. O boneco finalmente saiu. Ufa! Que alívio! Foram assim os 15 minutos no banheiro mais longos de toda a minha vida. Eu fiquei... Tão traumatizada, mas tão traumatizada, que o Piu Piu nem sequer entrou no banheiro mais dessa vez. E eu...
Parei, assim, completamente de introduzir coisas na minha vagina ou no meu ânus, assim. Se não tivesse algo pra fora... Por um bom tempo, assim. Por tanto tempo... Que isso me deixou até um pouco careta e travada, assim, sabe? Nas minhas experiências sexuais depois, assim, eu fui ter parceiros com 19 anos. Enfim, eu sei hoje, aos 36 anos, porque eu passei por uma experiência muito bacana de terapia orgástica, que eu fiquei muito tempo sem descobrir o que era.
realmente prazer e que mesmo essas explorações que eu tive assim agora eu sei o que é o clitóris Agora eu sei o que é o clitóris. Com 36 anos de idade. Pois o que eu queria te contar era isso. Nessa loucura. adolescente ou exploração vamos dizer assim adolescente em que eu levei o piu-piu para o banheiro e ele ficou entalado E eu ali desesperada pra tirá-lo. Enfim, coisas que a gente faz, né? Você que tá escutando aí fez coisas parecidas. Sem julgamento.
Sem julgamentos. Heroína. Eu entendo muito esse lugar que você tá falando. Muito, muito, muito, muito. Também mestruei super nova. Também lembro de, assim, a lembrança mais antiga que eu tenho. de exploração assim do próprio corpo eu acho que eu devia ter uns nove anos assim E foi com chuveirinho. Foi descobrir com chuveirinho, assim. Chuveirinho melhor amigo. Pelo menos meu, assim. Não posso falar de todas as mulheres, né? Mas é meu melhor amigo. Aqui em casa, eu até comprei. Ai, gente.
Eu até comprei uma cabeça de chuveirinho. Não que eu introduza isso, tá gente? Eu comprei pela piada, pela decoração. A cabeça do meu chuveirinho é um sapo. Vou tirar uma foto e mostrar pra vocês. Vamos lá olhar no Instagram depois a foto do chuveirinho.
Porque, enfim, acho que a gente conhecer o próprio corpo é fundamental. E eu me lembro de muito novo, assim... passar pela minha cabeça, né, essas perguntas de, ah, isso que eu tô fazendo é certo, eu posso fazer isso, não posso, ah, é tão bom, isso é tão bom, por que que eu não poderia fazer, né, enfim. Eu não tive grandes conversas com a minha mãe, assim, super nova, mas na minha casa tinha uma enciclopédia, amor e sexo. Era uma enciclopédia, eu não lembro agora...
Eu tô lembrando o símbolo da editora, mas enfim, foi uma enciclopédia que saiu na banca de jornal, que você fazia fascículos e depois encadernava. Se você for procurar no Mercado Livre, alguém deve estar vendendo uma enciclopédia dessa hoje. ela tinha ali muitas informações, assim, tipo... De posições, de prazer... de corpo, mas era tudo dito num tom, não era um tom de sacanagem, sabe? Era um tom de instrução mesmo, de orientação, assim, sabe? Então eu tive contato.
com isso, assim, eu lembro de ler muito isso na minha adolescência, assim, tipo, de pegar essa enciclopédia e ficar fuçando. Não me lembro de conversar com a minha mãe e com o meu pai sobre essas coisas.
muito profundamente, assim provavelmente a minha mãe teve uma conversa comigo sobre menstruação e tal, mas não me lembro de muitos detalhes pra mim essa enciclopédia é o que hoje eu lembro que foi a minha maior referência de educação do corpo naquela época e eu sinto que fez uma uma grande diferença pra que eu tivesse uma relação assim ok
Com o meu corpo. E mesmo assim. Muito louco. Mesmo com tanta informação. Com a abertura que eu tive. Para olhar para essas coisas. A abertura minha comigo mesmo. Eu me considero. Eu considero que eu tive uma vida sexual bastante travada por muitos anos. Foi depois dos 30 e poucos anos também. Muito parecida com a heroína. que eu me senti mais à vontade, sabe? Que sabia exatamente o que eu queria, que estava mais à vontade com o meu corpo, que, enfim...
Essas coisas aí. E olha, a heroína falou dessa terapia orgástica. Eu tô morrendo de vontade de fazer essa terapia orgástica. Mas... há boatos, há boatos que eu tenho uma amiga que já fez a terapia orgástica e que já usou um brinquedinho que a gente anda falando às vezes lá no grupo de apoiadores,
que é um brinquedinho que ele tem a penetração e a estimulação clitoriana ao mesmo tempo. E essa minha amiga me disse que... A terapia orgástica te traz um orgasmo muito parecido com o que esse brinquedinho também traz. Então, né, dá pra ir ali fazer um investimento nessa terapia ou fazer um investimento no brinquedinho e multiplicar, né?
Só dizendo aí. E lembrando que brinquedos sempre são bem-vindos na companhia de parceiros também, né? Parceiros e parceiras. Desde que seja acordado entre as partes, né? Mas nada disso impede de que você tenha o seu momento. Você com você mesma. Porque é bom, é importante e é saudável. E era isso que eu tinha para dizer para vocês nessa semana. Até o próximo.